O valor alcançado de US$ 11,4 bilhões foi puxado pelo café, que registrou valorização histórica no período.
Na avaliação da assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira, a expansão da receita do agro mineiro foi fortemente influenciada pela valorização do preço médio dos produtos. “Esse desempenho ganha ainda mais relevância diante de um cenário internacional adverso, marcado pela imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, pela volatilidade cambial e por ajustes nos fluxos logísticos globais, que têm pressionado custos e exigido maior resiliência dos exportadores”, complementa.
De acordo com o levantamento, em relação aos Estados Unidos, ainda não foram identificados impactos relevantes das recentes tarifas aplicadas, dada a fase inicial da implementação das medidas. “Minas Gerais permanece como o segundo maior estado exportador de produtos agropecuários para o mercado norte-americano, sustentando o maior valor já registrado de US$ 1,3 bilhão, com destaque para café, carne bovina, derivados animais, álcool, celulose e produtos alimentícios diversos. A expectativa é de que os efeitos se manifestem de forma diferenciada entre produtos, devendo ser mitigados pela diversificação dos mercados compradores”, analisa Manoela Teixeira.
O café, carro-chefe das exportações do agro mineiro alcançou US$ 6,2 bilhões, respondendo por 54% da receita do agro. Mesmo com a queda no volume exportado, a receita registrou salto de 56,4% em relação a 2024, em função da escassez global e da demanda firme de parceiros tradicionais, levando à formação de preços médios recordes.
O setor de carnes (bovina, suína e frango) apresentou crescimento tanto no valor quanto no volume, puxado pelo bom desempenho da carne bovina. A receita de todo o segmento alcançou US$ 1 bilhão no período, com crescimento de 16,8%. Já o volume total ficou em 284 mil toneladas, registrando aumento de 3%.
O complexo soja (grãos, óleo e farelo) registrou US$ 2,2 bilhões com o embarque de 5,5 milhões de toneladas e queda de 16,5% e 8,2% respectivamente.
O volume chegou a 2,1 milhões de toneladas, totalizando US$ 970 milhões com queda de 22% na receita.
As vendas somaram US$ 586 milhões, com queda de 17% e volume embarcado de 972 milhões de toneladas.