Entidade participou de debate sobre o tema na última segunda (18).
O coordenador de Produção Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Paulo Franco, destacou a contribuição do produtor rural brasileiro na sustentabilidade da cadeia da carne bovina.
Franco participou, na última segunda-feira (18), de uma live promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Insper Agro Global sobre “Governança na sustentabilidade da cadeia da carne bovina” com outros representantes do setor.
Franco lembrou que, ao aderir a programas como o Plano ABC dentro do Plano Safra e buscar crédito para investir na propriedade, o produtor reconhece a importância de práticas sustentáveis.
Segundo ele, os produtores preservam cerca de 35% da vegetação nativa em áreas privadas, conforme dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Respeitamos o Código Florestal, o mais rígido do mundo, e praticamos isso todos os dias, sem receber nada por isso”, afirmou.
O coordenador também ressaltou os desafios impostos pela rastreabilidade individual obrigatória, como o aumento de custos sem a devida valorização para o produtor.
Neste contexto, ele defendeu os protocolos privados como alternativa para agregar valor à produção e lembrou que cerca de 73% dos pecuaristas brasileiros têm propriedades de até 50 hectares.
Ele também destacou a importância do sistema de sanidade animal no país, o que fez o Brasil ser reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em maio.
Segundo ele, a identificação individual dos animais é fundamental para responder rapidamente a emergências sanitárias.
“Não tenho dúvida de que o produtor rural vem fazendo sua parte, mas nenhuma dessas pautas vai avançar se cada elo da cadeia olhar apenas para si”, disse.
Para o coordenador, outro desafio da cadeia da carne hoje é alinhar a sustentabilidade às demandas de diferentes mercados. A União Europeia, por exemplo, impõe regras cada vez mais rigorosas por meio da nova legislação ambiental (EUDR). “Precisamos discutir como atender a essas exigências de forma equilibrada”, destacou.
Franco citou outros mercados para a carne brasileira, como a China, reforçando que o produtor rural da cadeia precisa de recursos para se adequar às exigências desses diferentes mercados.