No Centro do país, valorização da arroba do boi gordo promoveu maior demanda por insumos.
Com maior diversidade de ingredientes e coprodutos da agroindústria destinados à alimentação animal, a região Sudeste apresentou queda de 2,56% no custo médio de confinamento de bovinos em abril, segundo o Índice de Custo Alimentar Ponta (Icap), calculado pela Ponta Agro.
A deflação na região contrasta com a alta de 15,24% registrada no Centro-Oeste, onde a valorização da arroba do boi gordo também promoveu aumento da demanda por esses insumos. A valorização foi puxada pelos custos dos alimentos energéticos e proteicos, cujas valorizações foram de 24,23% e 4,68%, respectivamente.
Já o custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação, a mais cara do ciclo produtivo, fechou em R$ 1.355,52, alta de 6,28% sobre março, segundo a Ponta Agro.
No Sudeste, por sua vez, os custos dos insumos energéticos caíram 1,94%, com destaque para a queda de 32,13% nos preços da silagem de milho, de 10,15% no valor do bagaço de cana e de 5,59% para o milho grão seco. Já o custo por tonelada de matéria seca foi de R$ 1.259,47 em abril, retração de 0,32% na comparação com março.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, os custos com alimentação dos bovinos confinados nas duas regiões registrou alta, sendo de 7,87% no Centro-Oeste e 2,86% no Sudeste.
“O avanço nos custos alimentares acompanha o forte aquecimento do mercado pecuário, estimulado principalmente pela valorização expressiva da arroba do boi gordo no período”, destaca a Ponta Agro em nota. Em doze meses, a alta acumulada da arroba bovina foi de 50% no Centro-Oeste e de 37% no Sudeste.
Ainda conforme a empresa, o “abril revela um mercado aquecido, porém, mais caro”. “Com a chegada da safrinha, espera-se um aumento na oferta de milho, o que pode levar a uma estabilização ou até mesmo redução nos preços. No entanto, fatores como condições climáticas e demanda internacional continuarão influenciando o mercado”, destaca a Ponta Agro.
Com base nos números levantados, a empresa estima um custo de R$ 235,24 e R$ 205,25 por arroba produzida para Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente. Considerando o valor médio da arroba negociada nessas regiões, a avaliação da Ponta Agro é de que atividade esteja gerando lucro superior a R$ 850,00 por cabeça na região Sudeste e superior a R$ 680,00 por cabeça para a região Centro-Oeste.