Com fim da sobretaxa de 40% sobre a carne bovina oriunda do Brasil, o risco superado pelas exportações brasileiras recordes nos últimos meses agora volta a ser a grande oportunidade de expansão dos embarques da proteína.
Ampliando o nível de detalhamento para os beef trimmings, principal produto importado pelos EUA que consiste basicamente em aparas com baixo teor de gordura oriundas do processo de desossa de carcaças bovinas, a recuperação de competitividade da carne bovina brasileira é ainda mais notável. Mesmo se comparada à proteína australiana, que chegou a superar o Brasil em competitividade em momentos relevantes do mercado no ano passado, os beef trimmings brasileiros agora são precificados mais de 11% abaixo dos níveis do produto exportado pela Austrália e mais de 23% abaixo das aparas comercializadas no próprio mercado doméstico norte-americano, quando considerado o mix com até 10% de gordura (90 CL). É evidente que a valorização recente da arroba bovina brasileira em dólares pode voltar a impulsionar os preços de exportação aos EUA, mas mesmo considerando os níveis atuais de cerca de US$60,00/@, é improvável que os preços fiquem acima dos benchmarks do mercado interno estadunidense e do principal produto concorrente australiano, na medida em que os preços do boi gordo em ambos os mercados avançaram em maior intensidade nos últimos meses. Naturalmente, cresce a expectativa de uma recuperação significativa das remessas aos EUA, assim como um preenchimento da cota TRQ de 2026 em tempo recorde em função dos preços ainda elevados no maior mercado de carne bovina do mundo. Se mesmo sobretaxado o Brasil ainda seguiu enviando volumes significativos de carne bovina aos EUA, à exemplo dos embarques de outubro que superaram 10 mil toneladas, é provável que a derrubada das tarifas volte a impulsionar os embarques de proteína brasileira ao mercado norte-americano.












































