Durante evento produtores receberam primeiros laudos de exames da kappa-caseína.
O exame que permite a seleção de búfalos para maior rendimento de queijo começa a ser oferecido pelo Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, e deve melhorar a produtividade da muçarela.
Estudo desenvolvido pelo Instituto avaliou o gene responsável pela produção da proteína kappa-caseína, possibilitando o desenvolvimento de nova tecnologia que deve impulsionar o setor. A pesquisa analisou 600 bubalinos pertencentes a criadores associados à Associação Brasileira de Criadores de Búfalo (ABCB) localizados em diferentes cidades do Estado de São Paulo. “Nós desenvolvemos e padronizamos metodologia para genotipar o gene CSN3 da caseína cujo alelo B está associado a maior rendimento de queijo. Ou seja, o leite dos animais que têm esse alelo vão produzir maior quantidade de queijo”, comenta o pesquisador do IZ Anibal Vercesi Filho, orientador da pesquisa.
Produtores que participaram da pesquisa receberam os primeiros laudos durante o 1º Encontro de Bubalinocultura do IZ e comemoraram a conquista. Caio Rossato foi um dos que obteve os resultados dos exames durante o evento, que aconteceu em Nova Odessa, no último dia 10. “Nossa expectativa é usar esses resultados para aumentar a produtividade do rebanho e diminuir os custos de produção”, diz o produtor.
O legítimo queijo muçarela é confeccionado com leite 100% de búfala, tem sabor, textura e aroma específico e agradável, e tem maior valor nutricional e comercial, quando comparado ao queijo tipo muçarela de vaca. Há alguns anos, o IZ também desenvolveu o teste que possibilita a certificação do leite 100% búfalas, garantindo segurança alimentar para os consumidores e maior retorno econômico para a cadeia do leite bubalino. Agora o novo exame de kappa-caseína vai propiciar maior rendimento do queijo, impulsionando ainda mais o setor.
A abertura do evento, que reuniu estudantes, pesquisadores técnicos e produtores, contou com as presenças do coordenador do IZ, Enilson Ribeiro, e do diretor da ABCB, Simon Fernandes Riess. Dando ínicio à programação, o pesquisador Nélcio Antonio Tonizza de Carvalho falou sobre o rebanho do IZ, trazendo atualizações sobre manejo com ênfase em reprodução. Na sequência, o pesquisador Rodrigo Giglioti abordou as análises feitas no IZ que garantem o Selo de Pureza do leite de búfalas.
Flávia Fernanda Carneiro Santana, que realizou a pesquisa com a kappa-caseína durante o mestrado, comentou sobre o trabalho e como foi desenvolvida a metodologia, e Vercesi discutiu projetos futuros, salientando a importância de buscar marcadores genéticos associados a produtividade, eficiência e saúde. Um destes projetos, em parceria com a Unesp de Botucatu, objetiva buscar marcadores associados a Eficiência Alimentar de Búfalos tanto para produção de carne quanto de leite.
Finalizando o evento, uma mesa redonda proporcionou o contato direto entre os produtores, pesquisadores e alunos, trazendo à tona a discussão dos principais desafios do setor e possíveis soluções, contribuindo para o crescimento de todos e avanços na bubalinocultura de leite.
Renato Amaral, técnico da ABCB, prestigiou o evento. Para ele os trabalhos do IZ são fundamentais para o crescimento da cadeia produtiva de bubalinos. “A gente traz as demandas do produtor, o IZ desenvolve tecnologias para resolver os desafios e levamos as tecnologias para o produtor, gerando desenvolvimento tecnológico e produtivo para cadeia”, enfatiza.