O Rabobank divulgou a atualização trimestral sobre o mercado de carne bovina. O estudo, realizado pela equipe global de proteína animal e tendo como autor principal Angus Gidley-Baird, revela que os preços globais do gado seguiram em trajetória de alta durante o segundo trimestre.
Confira abaixo os destaques:
-
Preços globais do gado continuam em alta: Países do Hemisfério Norte continuam a registrar preços recordes, mas os preços nos EUA e no Canadá moderaram nas últimas semanas, sugerindo que parte da pressão pode estar diminuindo. Enquanto isso, os preços nos países do Hemisfério Sul seguem em alta. A menor oferta de carne bovina na América do Norte, somada a uma ligeira melhora na demanda do mercado chinês, tem gerado maior procura por fornecedores do Hemisfério Sul. Essa demanda agora se reflete nos preços do gado. Em 2014 e 2015, quando os EUA enfrentaram altos preços do gado, a Nova Zelândia e, depois, a Austrália também viram seus preços subirem. Hoje, observa-se novamente a influência dos mercados do Hemisfério Norte sobre os preços sul-americanos.
-
Volumes de produção seguem em queda: Liderada por contrações na Europa (-5% ano a ano), Nova Zelândia (-17% ano a ano) e EUA (-5% ano a ano), a produção de carne bovina continuou a cair no segundo trimestre. A produção total de carne bovina caiu 1% no primeiro semestre. Já a Austrália (+11% ano a ano) e a China (+7% ano a ano) registraram aumento na produção no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Analistas do RaboResearch acreditam que a produção nesses países deve seguir essa tendência, com uma contração global de 2% projetada para 2025.
-
Tarifas dos EUA e comércio começando a impactar o mercado: O pacote mais recente de tarifas incluiu um acréscimo de 40% sobre os já existentes 10% e 26,4% das importações brasileiras de carne bovina. O Brasil havia exportado um volume recorde de carne bovina (336 mil toneladas) para os EUA no primeiro semestre de 2025. O RaboResearch avalia que essa tarifa adicional terá um impacto relevante no comércio entre Brasil e EUA. A questão agora é se os volumes importados pelos EUA no primeiro semestre foram estocados e entrarão no mercado nos próximos meses, ou se haverá escassez de carne bovina no mercado americano, o que aumentaria a demanda por outros fornecedores. Além disso, ainda resta entender como a redução das exportações brasileiras afetará o próprio mercado interno.
Confira o material na íntegra clicando aqui.