A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), destacou ontem, terça-feira, sua enorme preocupação com a promessa de taxação em cerca de 50% da carne bovina enviada para os EUA, tarifa essa que retira o nosso produto da concorrência para esse mercado tão importante para o nosso setor. Segundo a entidade, a nova taxação colocaria o preço da tonelada da nossa carne em cerca de 8.600 dólares, inviabilizando qualquer comercialização para o mercado americano.
A Acrimat ainda destaca que solicitou ao Governo Federal que utilize todos os recursos e esforços para a resolução desse problema, com muito diálogo e disposição. Acreditamos na soberania nacional mas acreditamos principalmente no bom senso e na pacífica negociação antes de se tomarem medidas intempestivas que podem levar a resultados desastrosos para nossa economia.
Segundo a Reuters, frigoríficos brasileiros estão avaliando se farão novos embarques de carne bovina para os Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump anunciou o tarifaço sobre o Brasil, disse nesta terça-feira, Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec).
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou ontem também, sua preocupação com o cenário atual em que, segundo a entidade, “enquanto o Brasil real tenta recuperar sua economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais”, diz a nota.
A presença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, segundo a CNA, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald Trump, um gesto simbólico, mas que reverberou nas instituições brasileiras e criou novo ruído na imagem do país no exterior. “O Brasil, que deveria estar consolidando sua posição como fornecedor estratégico de alimentos, energia limpa e minerais críticos, volta às manchetes internacionais não por suas oportunidades, mas por suas crises políticas pessoais internas”, afirmou a entidade.