O mercado do boi gordo manteve estabilidade em dezembro, com a arroba girando em torno de R$ 320 em São Paulo, alta de apenas 0,6% desde o início de novembro, segundo análise do Itaú BBA. Enquanto isso, a carcaça casada subiu 3,5%, ampliando as margens da indústria, que passaram de 6% em outubro para 7,7% na parcial de dezembro.
No campo, o bezerro continua valorizado, negociado a cerca de R$ 3.060/cabeça no Mato Grosso do Sul, o que piorou a relação de troca para quem faz recria e engorda. Em novembro, o pecuarista conseguia repor 2,15 bezerros com a venda de um boi gordo, ante 2,60 há um ano, uma queda de 17% na capacidade de reposição.
A oferta de animais para abate segue elevada, impulsionada pelo aumento da participação de fêmeas, que representaram 46% dos abates no 3º trimestre, segundo o IBGE. Apesar disso, o mercado segue sustentado pelo bom desempenho das exportações, que alcançaram 318 mil toneladas em novembro, alta de 38,6% em relação a 2024, com a China absorvendo 16% mais carne bovina no comparativo anual.
Exportações e perspectivas
O Itaú BBA destaca que as exportações à China serão decisivas para o equilíbrio de preços em 2026, especialmente após o país asiático adiar para janeiro a decisão sobre o processo de investigação de salvaguarda. A medida reduziu a pressão sobre os contratos futuros, mantendo o preço médio projetado da arroba para 2026 em R$ 333,10, o que representa alta de 6% frente a 2025.
Apesar das margens positivas nos confinamentos, o banco aponta desafios com o encarecimento do boi magro e a menor oferta de bezerros, fatores que devem continuar pressionando a recria e engorda nos próximos meses.

















































