Índice de equivalência a carcaça, que mede rentabilidade dos frigoríficos, está favorável para quem exporta, mas muito apertado para as unidades que trabalham só com mercado interno.
As indústrias frigoríficas contam com programações de abate em patamares confortáveis para o período do ano. A média das escalas de abate apresenta uma média de 5 a 7 dias úteis, porém não é suficiente para impor pressão negativa sobre os preços da arroba do boi.
De acordo com o analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos conseguiram exercer uma pressão sobre a arroba na semana passada. “As cotações estavam próximas de R$ 320,00/@ e as indústrias conseguiram ofertar valores de R$ 315,00/@, mas não conseguem ir abaixo desse patamar já que a oferta de animais segue restrita”, informou.
Não tem espaço para quedas muito agressivas nos preços da arroba, pois a maioria das indústrias operam com 50% da capacidade de abate. “Os frigoríficos não vão conseguir exercer tamanha pressão sobre o mercado justamente pela oferta restrita de animais e que vai contribuir para a sustentação dos preços da arroba até o final do ano”, comentou.
Com relação à demanda externa, o analista aponta que o volume exportação segue com um bom ritmo e podemos chegar a 160 mil toneladas embarcadas. “O Brasil está vendendo muita carne bovina neste ano e a China segue sendo a principal importadora do produto brasileiro”, afirmou.
Já no mercado doméstico, o preço do boi casado está próximo de R$ 18,20/kg no estado de São Paulo. “O traseiro segue cotado ao redor de R$ 21,00/kge o dianteiro está em torno de R$ 17,10/kg e são valores muito acentuados para a carne bovina. O consumidor brasileiro está migrando para outras proteínas, como o frango e ovos”, destacou.