Sem dúvida impulsionadas pela brecha disponível antes que entrasse em vigor a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA ao produto brasileiro, as exportações de carne bovina do primeiro decêndio de agosto corrente (1 a 10, seis dias úteis) deram enorme salto, pois, no período, o volume diário embarcado aumentou quase 36% em relação à média diária de um ano atrás.
Tão bom ou melhor do que isso é que o preço médio de abertura do mês – agora próximo dos US$5.560/tonelada – apresentou valorização de 25% sobre agosto de 2024, disso resultando uma receita cambial que, pela média diária, se encontra 70% acima da obtida há um ano.
As carnes suína e de frango também iniciaram o mês com incremento nos embarques, mas com resultados bem mais modestos. O aumento no volume de carne suína, por exemplo, de pouco mais de 17%, correspondeu a menos da metade do obtido pela carne bovina. E como a valorização no preço não chegou a 3,5%, a variação na receita, pela média diária, não foi muito além de 20%.
De toda forma, está sendo um desempenho melhor que o da carne de frango. Que, sim, registra aumento anual de 16% no volume embarcado, mas não por suas exportações terem se regularizado, apenas porque os embarques de um ano atrás foram extremamente reduzidos (efeito de um caso de Newcastle na avicultura gaúcha).
Não fosse isso suficiente, o preço ora alcançado pela carne de frango se encontra 13% aquém do alcançado há um ano. O efeito, por ora, é uma receita cambial muito similar à de agosto de 2024, com variação anual de apenas 1%. Isto, note-se, pela média diária, o que não garante aumento na média mensal, pois este agosto tem um dia útil a menos que o do ano passado.