Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de Proteína Animal do Rabobank, Wagner Hiroshi Yanaguizawa, informou que o volume exportado no acumulado de janeiro a maio deste ano teve uma queda de 2,9%, comparado com o mesmo período do ano passado. Já em faturamento, houve um incremento de 2,3% neste ano frente ao que foi observado no acumulado de janeiro a maio do ano passado.
As exportações de carne bovina registraram um avanço em junho do ano passado com a retomada dos embarques para a China. As exportações neste mês de junho/21 não devem atingir o volume embarcado no ano passado, principalmente com o cenário do real mais valorizado frente ao dólar.
“Nós tivemos um incremento de 30% de um mês para o outro em junho de 2020, na qual exportamos 176 mil toneladas considerando os cortes in natura, miúdos, industrializados, tripas e salgados. Já em Maio deste ano embarcamos 149,8 mil toneladas”, ressaltou.
A China aumentou o volume importado de carne bovina brasileira em 10% neste ano se comparado ao ano passado. “Os chineses tiveram uma mudança de hábito que ajudou a alavancar os embarques. Por outro lado, os embarques para Hong Kong tiveram uma queda de 21% e Egito recuou em 56% frente ao ano anterior”, destacou.
Atualmente, as compras chinesas representam ao redor de 46% de todo o volume que o Brasil exporta de carne bovina tornando as exportações brasileiras muito dependentes da China. Mas o analista lembra que “da mesma forma que a China é o nosso maior destino nós tamém somos o maior fornecedor de proteína bovina para a potência asiática (40% das compras), seguido por Argentina (22%) e Uruguai (13%)”.
Nos últimos meses, os Estados Unidos têm demandado carne bovina brasileira refletindo a recuperação da atividade econômica e da vacinação no País. “Os EUA é um grande exportador e importador de carne bovina e já se posiciona como o terceiro maior comprador da carne brasileira, ainda mais com a Austrália tentando recompor o rebanho depois dos desafios climáticos dos últimos dois anos”, comentou.
Com relação às cotações da arroba do boi para o segundo semestre, o analista explica que não deve ocorrer explosão de preços na mesma magnitude como foi visto no final do ano passado. “Os preços da arroba tiveram um incremento de mais de R$ 100,00/@, já que em maio do ano passado estava precificado em R$ 201,00/@ e em maio deste estava cotado em R$ 310,50/@”, disse Yanaguizawa.