Aumentando pouco mais de 2% em relação a maio e quase 7% em relação ao mesmo mês do ano passado, o Índice FAO de Preços das Carnes atingiu em junho passado a marca dos 126 pontos – índice que, a princípio, parece corresponder a um novo histórico recorde, mas que, na prática, ainda se encontra ligeiramente aquém do valor atingido exatamente três anos antes, em junho de 2022, mês em que o Índice da FAO superou ligeiramente os 126 pontos.
Naquela ocasião, contribuíram para o recorde as carnes bovina e de frango, então alcançando, respectivamente, 136 e 135 pontos (o preço da carne suína ficou em 105 pontos). Mas, no momento, a contribuição parte, quase exclusivamente, da carne bovina (139,4 pontos), porque as carnes suína e de frango registram agora índices inferiores à média de 126 pontos, alcançando 115,6 e 114,7 pontos.
De toda forma, a carne suína caminha muito bem. Pois, rompendo um estigma que a marcava desde julho do ano passado, voltou a registrar, praticamente, o mesmo valor de junho de 2024. No mês obteve, também, a quinta valorização consecutiva de 2025, acumulando ganho de 15,6% sobre janeiro, mês em que enfrentou a menor cotação em mais de três anos.
Já a carne de frango ainda registrou pequena valorização (1,01%) em relação a junho de 2024. Mas como perdeu preço novamente acabou alcançando o menor preço dos últimos 15 meses. Além disso, comparativamente aos patamares registrados na média de 2014/2016, voltou a registrar evolução de preço inferior à obtida pela carne suína, fato que não ocorria desde junho do ano passado.
Justificando o desempenho das carnes no mês, a FAO aponta que a carne bovina atingiu novo pico de preço, como efeito da oferta mais restrita por parte do Brasil, mas também de uma forte demanda pelos EUA. Isso possibilitou, por exemplo, uma valorização anual de 19,5% nos preços obtidos pela Austrália e de quase 22% nos brasileiros. A valorização obtida pelos EUA não passou de 1,5%.
As cotações da carne suína aumentaram devido não só à firme demanda internacional, mas também em função de uma oferta relativamente estável, contrastando com a oferta de carne de frango, já elevada em meses anteriores, mas ainda maior em junho com as restrições impostas ao Brasil após o caso de IAAP.
No entanto – completa a FAO – o impacto observado foi parcialmente minimizado no final do mês, logo após o Brasil reobter o status de livre da IAAP, condição que levou alguns parceiros comerciais a reverem seus embargos, estimulando uma recuperação gradual na demanda internacional pelo produto brasileiro.
A despeito da valorização vinda desde setembro de 2024, a carne de frango do Brasil completou o 1º semestre de 2024 com valorização de pouco mais de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas a valorização obtida pelas carnes suína e bovina foi bem mais significativa – de, respectivamente, 10,97% e 12,70%.