A expectativa é que as exportações fiquem mais aquecidas em março e abril se comparado com os primeiros meses deste ano, porém se os abates recuaram esse cenário pode se inverter. “Se a oferta de animais não der as ‘caras’ é difícil pensar que os embarques devem aumentar muito. O abate precisa melhorar para as negociações fluírem um pouco mais”, destaca o Sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho.
Apesar do dólar elevado, a competitividade da carne bovina no mercado internacional ainda é atraente. “Atualmente, o dólar está R$ 5,70 e a oferta de animais de pasto segue bem limitada em todo o Brasil central”, diz Coelho.
A estimativa é que os preços continuem estáveis ao redor de R$ 295,00/@ a R$ 300,00/@. “O mercado está muito equilibrado em função da oferta de animais restrita e com dificuldades em repassar valores maiores para a carne no mercado doméstico. Por outro lado, os chineses retomaram as compras após o feriado de ano novo lunar”, relata.
Os frigoríficos estão com dificuldade em repassar novos preços para os cortes de primeira e acabou gerando uma queda nos cortes de até R$ 0,50 a R$ 0,60 por quilo. “Cortes como o contra-filé, filé migon e coxão mole estão com o escoamento muito lento e dificuldade de repasse de preços”, comenta.
As indústrias frigoríficas que atendem ao mercado doméstico têm observado o pior momento dos últimos dois anos em rentabilidade, já que o escoamento da produção é lento no mercado interno e o preço do boi gordo está valorizado. “Os preços da carne tiveram uma valorização significativa analisando ano contra ano, mas os valores do boi gordo tiveram um incremento muito maior”, aponta.