Os dados compilados pelo MAPA junto à SECEX/MDIC apontam que as exportações brasileiras de carnes geraram no 1º semestre de 2025 receita de US$13,966 bilhões, valor 18% superior ao do mesmo período do ano passado. O valor registrado foi obtido com o embarque de pouco mais de 4,832 milhões de toneladas – sobretudo das carnes bovina, de frango e suína – um volume quase 6% superior ao dos seis primeiros meses de 2024.
Como na maior parte do ano, quem mais contribuiu para esse aumento foi a carne bovina. O volume embarcado foi cerca de 13% maior e veio acompanhado de uma valorização de quase 12,5% no preço médio. Resultado: uma receita cambial perto de 27% maior e que, por sua vez, respondeu por mais da metade (51,55%) da receita global propiciada pelas carnes.
Em valores relativos, a carne suína registrou aumento ainda maiores: de 18,65% no volume embarcado, de quase 12% no preço médio e, como decorrência, uma receita quase um terço maior (32,81%). Mas respondeu por menos de 15% do volume e da receita cambial totais do período.
Afetada pelo embargo que incide sobre as exportações desde o registro de caso de IAAP na avicultura comercial, as exportações de carne de frango fecharam o semestre com queda de volume (-9,38%) e de receita (-2,82%) no produto in natura. Mas os industrializados – conforme os dados do MAPA -minimizaram essas quedas, porquanto a queda de volume ficou em apenas 0,13%. E, graças à valorização de 4,62%, a receita do setor registrou aumento anual próximo de 4,5%.
Alvo de todas as atenções nos últimos dois meses, a carne de frango começa a ser relegada para segundo plano. Não só porque suas exportações começam a se encaminhar para a normalidade, mas sobretudo porque surgiu um mal maior: a vindoura taxação, em 50%, da carne bovina exportada para os EUA. É algo que já começou a afetar seriamente o setor e que tende a se aprofundar.